Depois de muito esforço, a jovem, que antes só tinha o ensino médio, conseguiu ingressar na faculdade, graduar-se e finalmente conquistou uma promoção no trabalho. O que era para ser motivo de comemoração acabou virando um pesadelo. Ela foi literalmente perseguida por "colegas" de trabalho - inconformados pelo fato de ter sido promovida, com menos tempo de empresa do que outros.
Na opinião do psicólogo Fernando Elias José (que relatou este episódio lamentável sem citar o nome da pessoa e da empresa), a jovem perseguida foi vítima de bullying empresarial.
Embora seja mais comum ouvirmos falar de bullying em casos de desrespeito entre alunos em colégios, o termo também se encaixa muito bem para traduzir o conjunto das mais diversas formas de humilhações repetitivas e intencionais que muita gente acaba sofrendo, calada, no mundo corporativo.
De acordo com Elias José, que também é especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, o bullying nas empresas pode se caracterizar como uma forma de preconceito. "(o bullying) Se caracteriza, muitas vezes, de maneira sutil ou até mesmo grosseira. As pessoas são excluídas e rechaçadas pelos colegas ou pelos seus superiores".
Consequências - Pegando como exemplo o caso da jovem citada no início da reportagem, o psicólogo diz lamentar imensamente o ocorrido, principalmente pelo fato de ter conhecimento dos malefícios posteriores que o bullying pode causar.
"Essa funcionária tem uma autoestima baixa, nível de insegurança elevado e, por essa razão, acabou sendo alvo `fácil’ do grupo e principalmente da líder".
As consequências, considera Elias José, são muito ruins, pois quem sofre bullying geralmente não consegue estabelecer bons vínculos afetivos e sociais. Conforme relata o psicólogo, as vítimas podem acabar ficando sozinhas, não crescem profissionalmente e nem mesmo pessoalmente.
Os apelidos e os estigmas criados com as práticas de humilhação no ambiente de trabalho tardam a serem esquecidos e o conselho para que isso não persiga a pessoa durante toda a sua vida é procurar ajuda de psicólogia e/ou psiquiatras.
"Se a pessoa não se tratar psicologicamente poderá sofrer, pois quem geralmente sofre de bullying são pessoas frágeis, com autoestima baixa, ansiosas, retraídas, mais quietas e isso pode ser superado com um tratamento adequado. Dessa maneira, há a necessidade de mudança para os comportamentos não se repetirem", conclui Elias José.
Bullying atrapalha o sono - Um recente estudo, publicado em um jornal norte-americano patrocinado pela Academia Americana de Medicina do Sono e da Sociedade de Pesquisa do Sono, mostrou que o bullying pode também prejudicar o sono tanto de quem sofre como de quem presencia a prática.
Na pesquisa, feita com cerca de sete mil pessoas, 11% das mulheres e 9% dos homens disseram já ter sofrido algum tipo de comportamento hostil no trabalho, enquanto que outros 31% e 32%, respectivamente, disseram ter presenciado o bullying na empresa.
Fonte: Revista Proteção, 29.03.2011
site: www.granadeiro.adv.br
Prezados usuários, esse espaço foi criado com intuito de sanar dúvidas no que tange aos seus direitos trabalhistas. Aqui vocês poderão entender melhor quais são os procedimentos adotados pela sua empresa no caso de uma eventual dispensa (demissão); como foi calculada sua rescisão de contrato de trabalho e outras eventualidades que geralmente surgem na vida profissional. Estejam à vontade para questionarem, argumentarem e decidirem! Sejam bem-vindos! Dra Giane Gonelo Andrade
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